Racismo e depressão: Problemas que passam de forma hereditária para pessoas negras
Por conta do racismo pessoas negras possuem mais propensão para desenvolver doenças mentais.
Escrito por João Felipe Souza , 29 de Junho às 16h38
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Pessoas negras possuem uma tendência maior para desenvolver depressão e outras doenças mentais, por conta do fator genético. O racismo perpetuado em nossa sociedade, que vem desde a escravidão até os dias atuais, faz com que a doença seja passada de geração em geração.
Segundo o artigo científico publicado no SciELO (Biblioteca Eletrônica Científica Online) pela antropóloga Chiara Pusseto, durante a escravidão os negros sofreram com agressões físicas e psicológicas, isso contribuiu para que mesmo nas gerações seguintes a depressão se tornasse uma doença recorrente. Ainda segundo a antropóloga, existe uma grande incidência da depressão em mulheres negras, por consequência dos estupros e agressões da época da escravidão.
Após a escravidão os negros continuaram sofrendo com os impactos da discriminação, como nos Estados Unidos que ainda no século passado possuía leis de segregação racial. Diante disso, os psicólogos negros Wade Nobles e Naim Akbar criaram a “Black Psychology”, com o intuito de cuidar da saúde mental dos negros levando em consideração o constante racismo que sofrem na sociedade.
Essa vertente da psicologia chegou ao Brasil, fazendo um grande número de profissionais se interessarem pela área. “É importante ter uma vertente da psicologia que direciona uma atenção especial para as pessoas negras, porque elas sofrem constantemente com o racismo, consequentemente o estado
psicológico dessas pessoas é mais fragilizado”. Afirma a psicóloga especialista na “Black Psychology”, Letícia Alvarenga.
Um dos principais pesquisadores em relacionar o racismo com as doenças mentais é o psiquiatra britânico Kwame Mckenzie, quando em 2003 publicou um artigo científico de uma pesquisa que realizou na Holanda ao analisar um grupo de 4.800 pessoas. Dividindo o grupo em pessoas que afirmavam sofriam racismo e pessoas que diziam que não sofriam racismo, ele constatou que os indivíduos que sofriam racismo tiveram uma propensão maior de desenvolver doenças mentais nos três anos seguintes.
Essa relação ficou evidente na cartilha de óbitos e suicídios entre adolescentes e jovens negros, publicada pelo Ministério da Saúde, em que relaciona o racismo ao crescente número de suicídios. Segundo o Ministério da Saúde, em uma pesquisa feita de 2012 a 2016, o número de suicídios entre os jovens e adolescentes negros saltaram de 53,3% para 55,4%, enquanto o índice entre os jovens brancos se manteve praticamente estável.
A depressão entre as pessoas negras surge atrelada ao racismo, por essa razão que a doença começa a dar os primeiros sinais tão cedo. “Por ser negro eu sofri a minha vida toda com o racismo, em todos os lugares que eu passava o tratamento comigo era diferente. Na escola a questão do padrão de beleza europeu foi uma das coisas que mais me fizeram desenvolver depressão, as pessoas riam do meu cabelo, do meu nariz, da minha boca. Com isso, a minha autoestima era muito baixa”. Afirma o estudante de comunicação da UERJ, Carlos Henrique.
A situação piora quando até o serviço público de saúde negligencia o atendimento para pessoas negras que precisam de tratamento. A última Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2013 pelo IBGE, mostra que 23,3% da população negra se sente discriminada ao receber atendimento no SUS.
“Estava com crise de ansiedade então procurei atendimento no UPA, chegando lá os funcionários falaram que eu estava drogado, eu tive que chamar minha mãe para eles acreditarem e mesmo assim ainda ficaram meio desconfiados”. Afirma o estudante de Arqueologia da UERJ, Luiz Henrique.
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