Da Rua: a valorização do que é nosso (Parte 1)

Escrito por José Fontenele, 15 de Fevereiro às 21h41 

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Imagem: Reprodução

Muito bom dia, tarde, ou noite, querido(a) leitor ou leitora. Este é o meu primeiro texto para o blog, por isso, será especial. Normalmente irei conversar sobre Cultura e Literatura por essas linhas, com dicas de livros, leituras, espaços culturais e assuntos que perpassem toda essa nuvem literária na Zona Oeste. Contudo, neste debut da coluna, vamos falar sobre porque mais vale um pássaro na mão, do que dois voando.

Não entendeu? Vem comigo que o papo é reto.

Sendo direito: Se você mora na Zona Oeste, não precisa mais ir até o centro da cidade para encontrar entretenimento e opções culturais de qualidade. Tem tudo por aqui.

Repetindo para o caso de estar distraído: se você morar na Zona Oeste, não precisa ir mais ao centro da cidade para encontrar entretenimento e opções culturais de qualidade.

Historicamente, foi apenas quando a Zona Oeste possuía mais importância econômica para a cidade, que ela recebia mais atenção da Prefeitura. Nos últimos trinta anos, contudo, a situação mudou completamente.

Longe do interesse econômico e vista apenas como um amontoado de bairros dormitórios, a Zona Oeste começou a ser negligenciada em fatores como transporte, obras de urbanização, e, naturalmente, esporte e cultura. O resultado é simples: levando em conta o número de pessoas na Zona Oeste, a quantidade de espaços culturais e mesmo para prática de esportes, são insuficientes. Acredito que essa constatação não é novidade – há diversos exemplos ao seu redor, leitor, de praças danificadas, bibliotecas e espaços culturais fechados ou mesmo descontinuados (como promessas de campanha). Sem a iniciativa da Prefeitura, nos últimos cinco anos, diversas iniciativas individuais ou de grupos culturais estão movimentando pra valer a Zona Oeste.

Não tem erro, basta procurar no Google ou pelo Facebook/Instagram que você encontra algo relacionado à Literatura, Rap/Hip Hop, Poesia, Música, nos bairros da Zona Oeste. E o melhor – é tudo feito no peito e na coragem por pessoas do bairro.

Aqui voltamos à frase do início: melhor um pássaro na mão do que dois voando, ou seja, temos que valorizar o que é nosso. Você não precisa ir no centro da cidade ou zona sul para encontrar bom entretenimento cultural, ao contrário, procure no seu bairro – e se não o tiver: comece. Por que não?

As flores florescem no deserto, nas pedras, em qualquer superfície. Então comece. Se você gosta de poesia e não tem um grupo assim no seu bairro, chame os seus amigos/pessoas que têm o mesmo interesse, encontrem um lugar bacana e façam um sarau. Anuncie nas redes sociais e pronto – está feito. O importante é começar. E não tenha dúvida: uma vez que você comece, pessoas qualificadas e com as mesmas intenções suas, aparecem. Ou você acha que é o único que gosta de ler? De rimar hip-hop? De dançar? E o melhor é que essas pessoas estão ao seu redor – só esperando uma fagulha para começar.

Portanto, não é porque moramos em bairros com pouca atenção da Prefeitura que devemos nos render. Ao contrário, temos que subverter esse espírito – devemos realizar o inesperado. Como escreveu a escritora Conceição Evaristo “A gente combinamos de não morrer”. Por isso essa nova iniciativa – a revista Da Rua – é tão importante. Ela vem para comprovar novamente a ideia de que os bairros distantes do centro (não quero usar o termo Periférico, explico isso em outro texto), apesar de receberem menos atenção, são os principais eixos de iniciativas inovadoras e criativas.

Você faz parte disso. Eu faço parte disso. Nós fazemos parte disso. Nos dois próximos textos irei contar sobre outras iniciativas muito importantes na nossa região.

Até a próxima e boas leituras!

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Da Rua: a valorização do que é nosso (Parte 2)


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