Em plena pandemia… eu peguei SARNA

O ácaro Sarcoptes scabie causa irritação na pele e muita coceira

Escrito por Boécio Vidal Lannes, 02 de Junho às 16h31 

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Olha só que desgraça. Em plena pandemia da Covid-19, fui atacado pela sarna. Procurei uma explicação no portal do doutor Drauzio Varella. Diz assim: “Doença altamente infecciosa causada pelo ácaro Sarcoptes scabie. Esse parasita se alimenta da queratina, ou seja, proteína que constitui a camada superficial da pele.”

Coca demais, e não permite que a gente pegue no sono. As lesões se espalharam pelos braços e pernas. É tudo muito rápido, como rastilho de pólvora. Estou usando dois remédios: uma pomada para aplicação nas lesões e comprimidos antialérgicos de oito em oito horas. Márcia me receitou a folha da babosa (aloe vera) que muito tem ajudado a hidratar a pele e a controlar a coceira.

Dito isto, voltemos ao tema da coluna: a Covid-19. Depois de passar cinco meses no centro do debate, o Ministério da Saúde saiu da mídia pela porta dos

fundos. A estratégia do presidente Jair Bolsonaro deu certo. Enquanto isso, a doença avança. Na terça-feira, 2 de junho, o Brasil ultrapassou 30 mil mortes, registrou 530 mil casos e recuperou 240 mil pacientes.

Uma comparação com os países vizinhos revela o descaso do governo brasileiro para com seus cidadãos. O Chile tem 1.113 mortes; Colômbia, 969; Argentina, 541; Bolívia, 313; Uruguai, 23; Venezuela, 17; Paraguai, 11. Uma vergonha internacional. A Índia, com população de 1 bilhão e 353 milhões de habitantes, conta até hoje menos de 6 mil mortes.

Ao nomear um general para o posto, o presidente deu uma banana para os técnicos da saúde. O general Eduardo Pazuello chegou ao ministério usando o instrumento que melhor sabe manejar: um paraquedas. Caiu de paraquedas, literalmente.

Em prol dos amigos, Pazuello usou sua caneta bic freneticamente. Em três semanas já havia nomeado 21 militares de alta patente para cargos com polpudos salários no Ministério da Saúde. A maioria é ligada ao Exército com experiência em pessoal, finanças e logística. Procurei e achei uma médica de carreira para salvar as nomeações: a primeira-tenente Laura Tiriba Appi assumiu diretoria de um programa na Secretaria de Atenção Primária.

Aqui na Favela Nova Aurora/RJ nem parece que existe Covid-19. Todo mundo sem máscara, conversando de perto, cara-crachá. A jovem que vende açaí e a moça que vende cerveja sem nenhuma proteção – sem luvas e sem máscara. Há relatos da imprensa que isso está acontecendo nas favelas do país inteiro. O povão seguindo o exemplo do presidente negacionista.

Registros de quarentena

Nelson Cavaquinho: gripe espanhola nunca saiu da cabeça do compositor

A jornalista Cynara Menezes que pilota o portal Socialista Morena relembra uma história que vem a calhar. Segundo ela, o carioca Nelson Cavaquinho talvez tenha sido o compositor que mais levou a ferro e fogo os ensinamentos de Vinicius de Moraes no verso “mas pra fazer um samba com beleza/ é preciso um bocado de tristeza.”

A maior parte das centenas de músicas que Nelson compôs gira em torno da morte, do luto, da solidão. Teria a gripe espanhola, pandemia que devastou o Brasil e o mundo entre 1918 e 1920, alguma relação com a melancolia do compositor? É ele mesmo quem dá a pista em uma cena do belo documentário de Leon Hirszman, Nelson Cavaquinho, de 1969. “Eu nasci em 1911 e de lá para cá já passei por tantas coisas tristes”, diz o sambista, olhando para o chão. “Os caminhões cheios de cadáveres em 1918…” Assim pode ter nascido o lindo samba “Juízo final”.

 

O sol há de brilhar mais uma vez

A luz há de chegar aos corações

Do mal será queimada a semente

O amor será eterno novamente

É o juízo final

A história do bem e do mal

Quero ter olhos pra ver

A maldade desaparecer

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