Da Rua: a valorização do que é nosso (Parte 2)

Escrito por José Fontenele, 23 de Março às 15h48 

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Imagem: Clube de Leitura ZO / Divulgação

Olá a todos, vamos continuar o texto anterior sobre os espaços físicos e digitais (por que não?), que são exemplos na Zona Oeste e merecem ser mais conhecidos e valorizados. Contudo, antecipadamente, digo que este texto apresenta duas ressalvas. O primeiro: não se propõe a analisar toda a Zona Oeste, mas especificamente Campo Grande, o que se justifica por três motivos, a) se você morar na Zona Oeste, sabe que os bairros são muito extensos, ou seja, fica muito difícil percorrer todos os bairros e mapear todas as práticas culturais, b) este texto não é uma minuciosa tese, mas uma espécie de vitrine de boas práticas onde os exemplos podem se aplicar em outros bairros, c) como um dos fundadores e ainda organizadores do Clube de Leitura ZO, Campo Grande sempre foi uma espécie de quartel-general do clube, portanto, posso falar mais apropriadamente sobre os espaços culturais do bairro.

Mas principalmente, imagine que este texto seria muito longo se fôssemos falar sobre cada local cultural dos bairros da Zona Oeste – por isso, vamos ser mais simples. Vou tratar sobre três espaços significativos em Campo Grande que funcionam como ótimos exemplos de iniciativas que podem florescer no seu bairro. Vamos lá.

Livraria Leitura, no Park Shopping, em Campo Grande: A Zona Oeste tem a menor quantidade de livrarias da cidade. Segundo dados de 2017, do “Guia de livrarias da cidade do Rio de Janeiro”, a imensa Zona Oeste conta com apenas 24 livrarias. Os dados estão defasados, é claro, por isso a quantidade pode ser menor – ainda mais levando em conta a crise que atinge o mercado literário dos últimos 2 anos. Mesmo assim, a Livraria Leitura, é um exemplo de estabelecimento que apoia eventos culturais no próprio espaço – foi lá que o Clube de Leitura ZO começou suas atividades, em setembro de 2017. Posteriormente, outros grupos literários, culturais e de jogos de tabuleiro fizerem encontros regularmente no local. Por mais que esses encontros sejam comuns ao ambiente das livrarias, tenho que reiterar que nem todas elas recebem naturalmente eventos culturais em seu espaço. O apoio da Livrara Cultura é o tipo de iniciativa que alimenta culturalmente o bairro, por isso é sempre bom ficar de olho nos eventos que realizam. Se deseja fazer um evento na livraria do seu bairro, procure-os, se informe e faça o melhor encontro possível.

Casa Bosque, em Campo Grande: A Casa Bosque é um espaço colaborativo perto da rodoviária e estação de trem de Campo Grande (ótima localização), que promove regularmente feiras culturais com artesanato e culinária vegana, projetos musicais e oficinas, entre outras atividades. O espaço iniciou as atividades no segundo semestre de 2017 e logo o Clube de Leitura ZO começou a participar das feiras culturais e de artesanato discutindo livros e literatura. A Casa Bosque é um ótimo exemplo de local colaborativo que reúne pessoas engajadas em transformar o bairro, inflar bate-papos necessários e expor boas práticas culinárias, de artesanato, musicais, de sustentabilidade, entre outras, em um local bem localizado e muito agradável. Se você ainda não conhece, vale muito a visita. Mais informações/programação sobre a Casa, no endereço https://www.facebook.com/casabsque/

As Josefinas, em Campo Grande: As Josefinas é também um espaço colaborativo em Campo Grande, contudo, voltado para o protagonismo da mulher negra. Um diferencial delas é o foco também no empreendedorismo da mulher periférica, com palestras sobre novos negócios, oficinas de empreendedorismo e eventos culturais de educação e arte. A casa começou as atividades em fevereiro de 2019, localizada depois da rodoviária de Campo Grande, e é um ótimo espaço para se conhecer e frequentar. Vale a pena conferir a programação delas em https://www.facebook.com/asjosefinascolab/

 

Esses três locais em Campo Grande são exemplos de como boas iniciativas com pessoas comprometidas podem frutificar ótimos resultados para a sua comunidade. Mais do que nunca, neste momento em que vivemos, precisamos de espaços colaborativos, espaços de união, bate-papo, espaços para discutir o que nos perturba e o que nos alegra. Locais físicos abertos para discussão são essenciais para o exercício da democracia e do próprio crescimento do ser humano. Precisamos com-viver e fortalecer os laços que nos unem ao local em que vivemos.

No próximo texto irei contar sobre os espaços on-line que também se prestam ao exercício da cidadania e convivência. Até lá!

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